quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Enquadramento histórico e local

Cinfães é terra muito antiga. Os vestígios de povoamento por culturas antigas e pré-históricas são imenso e o próprio vale do Bestança, é também disso um bom exemplo. Ai existem alguns importantes monumentos megalíticos, como o Menir de Tendais e as Mamoas de Chão de Brinco, em S. Pedro do Campo, mas também notáveis vestígios de povoações castrejas como o Castro de Aldeia (conhecido também como Castro Cio, Monte das Corôas); o Castelo de Tendais; o Castro das Portas de Montemuro; o de Paradela; etc...

Todo o concelho se encontra, aliás, repleto de monumentos arqueológicos dignos de interesse, como se pode ver no seu recente Roteiro Arqueológico.

A romanização também se fez sentir de forma bem vincada em Cinfães e até os próprios castros já citados acabaram por ser "romanizados". Algumas estradas romanas cruzaram o território cinfanense, pois que na documentação medieval alguns caminhos surgem designados como "carreirum antiquum" ou então por "carril veterem".

Estas estradas, partiam do Douro para o interior e foram construídas ao longo dos vales dos principais rios de Cinfães - Paiva; Bestança; Sampaio e Cabrum. Para além das estradas romanas outros vestígios da mesma época têm aparecido um pouco por todo o concelho de Cinfães, como é o caso de uma estrutura habitacional em Passos (Tarouquela); Chieira (Cinfães); Paradela/Sequeiro Longo (Cinfães), para além de vários achados avulsos, como estelas funerárias; epígrafes; fustes e colunas; moedas; fragmentos cerâmicos; etc...

A presença árabe encontra-se aliás bem assinalada, sobretudo por uma toponímia expressiva, em aldeias como Boassas; Saímes (...). No entanto também outros vestígios poderemos ver dessa época, nomeadamente: lagares escavados na rocha na Chamusca e no Tapado; uma azenha datada de 1072 em Boassas; os azulejos "mudéjares" da Igreja de Escamarão; etc.(...)

O período medieval a que corresponde a arte românica e em que as terras do actual concelho de Cinfães tiveram grande preponderância, (o próprio rei D. Afonso Henriques foi criado em Cresconhe), é exaltado, sobretudo através de monumentos classificados como a Igreja de Tarouquela, a Igreja de S. Cristóvão de Nogueira e a já mencionada Igreja de Escamarão, mas também em pequenas construções menos conhecidas, como a "Casa do Cubo" em Boassas e a pequena "Ermida do Douro" em Oliveira.

Mas toda a história se encontra bem documentada em monumentos de cada época em Cinfães, (...) no portão armoriado da Quinta da Fervença em pleno centro da vila, do século XVIII, com brasão esquartelado dos Vasconcelos, Gaios, Melos e Pereiras, na profusão de capelas e de casas e quintas brasonadas (...).

Toda esta riqueza patrimonial é ainda complementada em Cinfães pela exuberância das manifestações populares nas suas mais variadas vertentes - arquitectura; artesanato; tradições; etnografia; gastronomia; etc. - e por uma paisagem não menos esplendorosa.

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